Conheça a história do Budismo, desde o início através de Siddhartha Gautama e entenda como os seus ensinamentos, chamados de Dharma podem influenciar a sua vida positivamente.
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As origens do Budismo: Siddhartha Gautama e o despertar da sabedoria

A história do Budismo começa na Índia, há mais de 2.500 anos, com um príncipe chamado Siddhartha Gautama, que posteriormente se o Buda, ou “Iluminado”. Nascido em Lumbini, no atual Nepal, Siddhartha cresceu rodeado de luxo, protegido do sofrimento humano, pois raramente saia do seu palácio, no entanto, nas raras vezes que saía, se deparava com a doença, a velhice e a morte. Esse confronto com a impermanência do mundo diferente do que estava acostumado a ver, levou-o a renunciar à riqueza e ao poder para buscar a verdade sobre a existência.
Certo que preso no castelo, nada poderia fazer para sarar esses sofrimentos, renunciou a tudo e durante anos dedicou-se à meditação procurando compreender a raiz desses sofrimentos. Meditando sob a figueira de Bodh Gaya, alcançou a iluminação e compreendeu as Quatro Nobres Verdades atravésde conduta ética e espiritual desenvolveu 84 mil ensinamentos.
A partir desse momento, Buda dedicou a sua vida a ensinar. A sua mensagem era acessível e libertadora: todos os seres humanos podem alcançar a paz interior e a libertação através da consciência, da compaixão e da sabedoria. Para Buda, tudo vem da mente. A comunidade de discípulos que formou, chamada Sangha, tornou-se a base do movimento budista. Diferente de outras tradições religiosas da Índia, o Budismo rejeitava o sistema de castas e os rituais complexos, abrindo espaço para uma espiritualidade universal e democrática. Os budistas praticam as três joias preciosas: Buda, dharma que são os ensinamentos de Buda e Sangha, que é a comunidade budista que são chamados de amigos espirituais.
A expansão do Budismo pela Ásia e as escolas budistas
Após a morte de Buda, por volta do século IV a.C., os seus discípulos organizaram concílios para preservar os ensinamentos e as regras monásticas. Desses encontros surgiram diferentes escolas budistas, sendo a mais antiga o Theravada (“Doutrina dos Anciãos”), que mantém uma interpretação próxima das palavras originais do Buda e foca na prática individual da libertação.
A grande expansão do Budismo deve-se, em grande parte, ao imperador Ashoka, do Império Máuria, no século III a.C. Profundamente transformado pelo arrependimento após uma guerra sangrenta, Ashoka converteu-se ao Budismo e adotou a não-violência como princípio de governo. Mandou construir templos, mosteiros e stupas por toda a Índia e enviou missionários para o Sri Lanka, o Sudeste Asiático e o Afeganistão. Sob o seu patrocínio, o Budismo ultrapassou as fronteiras indianas e começou a espalhar-se por todo o continente asiático.
Nos séculos seguintes, o Budismo continuou a adaptar-se às culturas locais, dando origem a novas vertentes. O Mahayana (“Grande Veículo”) surgiu como uma escola que valorizava a compaixão e o ideal do bodhisattva, aquele que busca a iluminação não apenas para si, mas para todos os seres. No Tibete, o Budismo fundiu-se com práticas espirituais ancestrais, originando o Vajrayana, conhecido como o Budismo tibetano. Da Índia à China, da Coreia ao Japão, o Budismo floresceu em formas diversas, mantendo sempre o mesmo coração: o despertar da consciência e o fim do sofrimento, com base na compaixão universal.
O Budismo se espalhando pelo mundo e fundando a tradição Kadampa
Atisha Dipamkara Shrijnana (982 – 1054) foi um dos grandes eruditos e mestres espirituais da Universidade Monástica na Índia, e é reconhecido como o principal responsável pela introdução de uma forma estruturada e acessível dos ensinamentos budistas no Tibete.
Após Atisha, o seu principal discípulo Dromtönpa (1005–1064) fundou o mosteiro de Reting, no Tibete, consolidando a escola Kadampa como uma das mais influentes tradições monásticas do país. A linhagem Kadampa influenciou profundamente escolas posteriores, especialmente a tradição Gelug, fundada no século XIV por Je Tsongkhapa.
A linhagem Kadampa foi trazida para o Ocidente pelo mestre tibetano Geshe Kelsang Gyatso (1931–2022). A tradição Kadampa, vem da junção das palavras “Ka” (ensinamentos de Buda) e “Dam” (instruções práticas). Assim, Kadampa significa “aqueles que integram os ensinamentos de Buda na prática diária”.
O Budismo no mundo moderno e a sua expansão global
No século XX, o Budismo se expandiu, espalhando enfim os ensinamentos budistas pelo mundo. Mestres como o Dalai Lama, Thich Nhat Hanh e Suzuki Roshi desempenharam um papel essencial na difusão do Budismo moderno, adaptando os ensinamentos às sociedades ocidentais.
A prática da atenção plena (mindfulness), inspirada na meditação budista, ganhou destaque inclusive na medicina, na psicologia e na educação, ajudando milhões de pessoas a lidar com o stress e a ansiedade através dessa prática milenar.
Hoje, o Budismo não é visto apenas como uma religião, mas como uma filosofia de vida. O seu apelo universal reside na simplicidade e profundidade dos seus princípios: viver com consciência, cultivar a compaixão e compreender a impermanência de todas as coisas. Mais de dois mil anos após o despertar de Siddhartha Gautama, o Budismo continua a inspirar quem busca a paz interior, a compaixão universal e a harmonia com o mundo.