quinta-feira, outubro 16, 2025
InícioOutras ReligiõesBudismoA história de Buda Shakyamuni e os mil budas afortunados 

A história de Buda Shakyamuni e os mil budas afortunados 

Descubra o significado dos mil Budas afortunado, o papel de Buda Shakyamuni, que foi o 4º Buda e ainda estamos na sua era e a profecia da vinda de Maitreya, o próximo Buda.

Publicidade

Buda Shakyamuni meditando sob a árvore Bodhi, com os mil Budas afortunados ao fundo e alusão a Maitreya, simbolizando compaixão e iluminação.
Ilustração realista de Buda Shakyamuni sob a árvore Bodhi, com os mil Budas afortunados em segundo plano e referência a Maitreya, o Buda do futuro.

Qual é a história e quem são os mil Budas afortunados?

No Budismo, o tempo não é linear, mas cíclico e vasto, medido em éons — eras cósmicas que podem durar milhões de anos. Dentro dessa visão, há períodos especialmente auspiciosos em que surgem mil Budas iluminados, conhecidos como os Budas afortunados (Bhadrakalpa, em sânscrito).

O termo “Bhadrakalpa” significa “era auspiciosa” ou “kalpa afortunado”. É assim chamado porque, durante este ciclo, aparecerão mil seres plenamente iluminados para ensinar o Dharma, que são os ensinamentos de Buda.

Cada Buda surge num momento de decadência espiritual, quando o conhecimento do Dharma se perde, renovando a sabedoria e a compaixão no mundo.

Siddhartha Gautama – Buda Shakyamuni: o quarto Buda afortunado

O Buda Shakyamuni, também conhecido como Siddhartha Gautama, é reconhecido como o quarto dos mil Budas. Ele viveu na Índia há cerca de 2.500 anos e é considerado o Buda histórico — aquele cujos ensinamentos fundaram o Budismo que conhecemos hoje.

Antes dele, apareceram três Budas:

  1. Krakucchanda (Kakusandha) – o primeiro Buda, que ensinou numa era de grande pureza;
  2. Kanakamuni (Konagamana) – o segundo, que guiou seres numa época de maior declínio espiritual;
  3. Kashyapa (Kassapa) – o terceiro, que manteve o Dharma antes do surgimento de Shakyamuni;
  4. Shakyamuni – o quarto, o Buda do nosso tempo, cujo Dharma ainda está presente no mundo.

Como sabemos, Shakyamuni nasceu como príncipe, renunciou ao luxo do palácio e atingiu a iluminação sob a figueira de Bodh Gaya. O seu ensinamento, baseado nas Quatro Nobres Verdades revelou a forma prática de alcançar a libertação do sofrimento. O seu Dharma é considerado o modelo perfeito para os Budas futuros, pois oferece um método universal e acessível a todos os seres humanos, independentemente da cultura ou época.

De acordo com a tradição, o Dharma de Shakyamuni permanecerá ativo durante alguns milhares de anos, até que o seu poder espiritual diminua gradualmente. Quando os ensinamentos se tiverem perdido completamente, surgirá o próximo Buda.

Maitreya, o Buda do futuro que é o Buda da bondade amorosa

O próximo Buda a manifestar-se será Buda Maitreya. A palavra Maitreya deriva de maitri, que significa “bondade amorosa” ou “amizade”. Ele é visto como o Buda do futuro, atualmente residindo no reino celestial de Tushita, onde se prepara para renascer na Terra quando as condições forem propícias.

Segundo os sutras, Maitreya surgirá num tempo em que o Dharma de Shakyamuni tiver sido completamente esquecido, e os seres humanos viverem mergulhados na ignorância e na discórdia. Ele nascerá num mundo mais pacífico e próspero, relembrando os ensinamentos sobre a compaixão, a sabedoria e o caminho para a iluminação. O seu aparecimento simboliza a renovação cíclica da verdade, mostrando que a sabedoria nunca desaparece por completo — apenas aguarda o momento certo para florescer novamente.

Em muitas tradições budistas, Maitreya é também um símbolo de esperança e transformação. A sua vinda representa a certeza de que, mesmo em épocas de escuridão espiritual, o potencial para a iluminação continua vivo dentro de todos os seres. Assim, o Budismo vê o futuro não como um fim, mas como uma nova oportunidade de despertar coletivo.

Entenda o significado espiritual dos mil Budas para os budistas

A doutrina dos mil Budas tem um significado profundo que vai além da cronologia cósmica. Representa a continuidade da iluminação ao longo das eras e a natureza ilimitada da compaixão.

 Cada Buda é uma manifestação da mesma mente desperta, que se expressa repetidamente para guiar os seres em diferentes tempos e lugares. O Buda Shakyamuni, como foi dito, é o quarto Buda deste ciclo, é o mestre atual do nosso tempo, e o seu Dharma é o legado vivo que mantém o elo entre o passado e o futuro. 

 Quando praticamos a meditação, a compaixão e a sabedoria ensinadas por ele, participamos na mesma corrente de iluminação que deu origem aos Budas anteriores e sustentará os Budas futuros para que seja atingido o estado de iluminação, que é o que os budistas chamam de Nirvana. 

Os pilares espirituais e a relevância do Budismo no mundo moderno

Além das Quatro Nobres Verdades, que a existência marcada pelo sofrimento (dukkha): nada é permanente, e o apego às coisas transitórias causa dor; o desejo (tanha), que nasce da ignorância e do apego ao “eu”; o cessar do sofrimento que é a libertação do desejo e da ignorância e o conjunto de práticas que conduz à iluminação e à paz interior, o budismo baseia-se em três pilares fundamentais: o Buda (o mestre iluminado), o Dharma (os ensinamentos) e a Sangha (a comunidade de praticantes). Estes são conhecidos como os Três Refúgios ou Três joias preciosas.

 Os praticantes ao se tornarem budistas “tomam esses refúgios” como expressão de compromisso espiritual e de confiança na possibilidade de despertar ao caminho da iluminação através das práticas do dharma e da meditação.

 Em conjunto, formam a base da prática budista, unindo sabedoria, ensinamentos, compaixão e apoio comunitário.
Ver Mais…

DESTAQUE

MAIS LIDOS